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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estudo aponta que a Mata Atlântica foi "esvaziada de animais"


O termo parece um palavrão e, de fato, a situação que descreve não é nada bonita: "desfaunação". Ou seja, o sumiço da fauna - um fenômeno que parece ter afetado 80% da mata atlântica que ainda resta numa região vasta, que vai do leste de Minas Gerais a Sergipe.

Nessas regiões, uma hecatombe parece ter exterminado quase todos os mamíferos pesando mais de 5 kg -- mesmo quando a floresta propriamente dita, à primeira vista, está intacta, mostra um novo estudo, que acaba de ser publicado na revista científica "PLoS ONE".

A pesquisa, feita por uma equipe que inclui os brasileiros Gustavo Canale, da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) em Tangará da Serra, Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido), Cassiano Gatto (Inpa), Carlos Guidorizzi (ICMBio) e Cecília Kierulff (Instituto Pri-Matas), envolveu um levantamento numa área de mais de 250 mil km 2 de mata atlântica em Minas Gerais, Bahia e Sergipe.

Com ajuda de imagens de satélite e aparelhos de GPS, os pesquisadores mapearam os principais fragmentos de floresta nessa região --cerca de 200. A equipe, então, fez levantamentos rápidos da fauna em cerca de 50 deles. Nos demais casos, entrevistaram moradores da zona rural de cada região, os quais estivessem habituados a visitar a mata e morassem havia anos perto da floresta, em busca de informações sobre as espécies que eles costumavam ver nos fragmentos de floresta.

O alvo da equipe era um conjunto de 18 espécies de mamíferos de porte grande e médio. São animais como onças, antas, veados, tamanduás e macacos-pregos. Um dos critérios para escolher esses bichos específicos como indicadores do estado da fauna nos fragmentos de mata, e o fato de que seria fácil para os moradores identificá-los numa conversa com os cientistas.

"A gente queria evitar espécies mais crípticas [de identificação mais difícil] ou ariscas, como gatos-do-mato ou jaguatiricas", afirma ele. "Também são bichos bastante caçados, o que leva os moradores a procurá-los mais na mata. E também são relativamente pouco exigentes em termos de ambiente."

RESTAM QUATRO

O resultado não foi dos mais auspiciosos: das 18 espécies de mamíferos, só quatro, em média, ainda ocorrem por fragmento de mata com tamanho entre 50 hectares e 5.000 hectares.

Mesmo em trechos de floresta considerados muito grandes para o estado atual da mata atlântica (os com mais de 5.000 hectares), só sete espécies, em média, ainda estavam presentes.

Na prática, isso significa que bichos como onças-pintadas, queixadas (um tipo de porco-do-mato), tamanduás-bandeiras, antas e muriquis (o maior macaco das Américas) estão praticamente extintos nesse pedaços importantes da mata atlântica.

Preguiças, pacas, bugios e raposas se saem só um pouco melhor. Os únicos mamíferos a resistirem em mais de metade dos fragmentos estudados são os saguis.

"Uma coisa interessante que nós vimos é que, no caso dos remanescentes florestais, tamanho não é documento", afirma Canale. "A gente esperaria que, quanto maior o fragmento, maior a chance de ele preservar uma diversidade mais ampla de espécies, mas não é o que acontece."

A explicação para o estrago até nos remanescentes florestais maiores, segundo os pesquisadores, é relativamente simples: mesmo quando a mata não era derrubada, a caça nessas regiões continuou e ainda hoje é muito comum, o que acabou com as espécies grandes.

A situação só é diferente, afirmam eles, nos fragmentos que também são áreas protegidas por lei. Nesses lugares, mostra o estudo, a maioria das espécies ainda pode ser encontrada -o que, para os biólogos, indica que é preciso criar mais áreas protegidas de forma efetiva.

DIFERENÇAS REGIONAIS?

Para o biólogo da Unemat, é difícil saber se essa situação desoladora é a mesma em outras regiões da mata atlântica, no Sudeste e no Sul, por exemplo.

"Todo mundo tinha a sensação de que essas espécies estavam dançando na mata atlântica do Nordeste. O que o nosso trabalho é quantificar isso. Não existe uma quantificação comparável para outras regiões, mas pode ser que a situação seja um pouco melhor no Sudeste por razões históricas, pelo tipo de caça preferida, por exemplo. A gente sente que a pressão de caça no Nordeste é mais intensa -- em vez de comer só porco-do-mato ou veado, por exemplo, as pessoas também comem preguiça, comem macaco", explica.


Fonte: Reinaldo José Lopez - Bol Notícias

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

SENAC abre curso gratuito para Guias de Turismo Receptivo em São Sebastião

As inscrições estarão abertas no período de 20/08/2012 a 27/08/2012.  


Foto: Fundação Florestal
Os cursos são gratuitos e destinados à demanda existente de Monitores de Turismo 
(Ecoturismo e Cultural) locais, cadastrados  e credenciados pela Prefeitura e Parque Estadual da Serra do Mar/  Núcleo São Sebastião, conforme Programa Municipal de Ecoturismo e Decreto 2209/98. De acordo com o parágrafo 7, é obrigatória a contratação de um guia local para atividades turísticas, portanto, há a necessidade de promover cursos que capacitem profissionais que atuem no mercado de trabalho local. 

O turismo é o setor da economia que mais cresce no mundo todo. Desenvolvido a partir 
da necessidade de desfrutar das horas vagas, ele contribui bastante, atualmente, para o crescimento de pequenas e  grandes cidades, pois além de buscar lugares muito conhecidos, como Tóquio, Paris e Londres, os turistas também visam, em  suas viagens, passarem por paisagens naturais, o que os levam a pontos turísticos renomados, como as praias, florestas, e montanhas, entre outros. 

A Capacitação continuada com cursos de  Inglês, Espanhol e Observação de Aves, desenvolvida pela prefeitura e ministrada pelo SENAC, contribuirá para o desenvolvimento  sustentável de São Sebastião, permitindo  que a cidade e o trade turístico recebam profissionais preparados para atender a demanda, num momento excelente no qual o Litoral Norte e o Brasil preparam-se para os grandes eventos esportivos mundiais, COPA 2014 e Olimpíadas 2016. O “guia de Turismo”  é um profissional indispensável no atual mercado do Turismo, e essencial para a valorização e preservação da natureza e cultura local. 

Esta formação será realizada por meio do Centro Integrado Profissionalizante – CIP, ligado a Educação que já oferece outros cursos profissionalizantes gratuitos a população em diversas áreas.

Para inscrições acesse: http://www.saosebastiao.sp.gov.br/finaltemp/insctur.asp

Fonte: Prefeitura de São Sebastião, SENAC

domingo, 19 de agosto de 2012

A grandiosa biodiversidade brasileira

Mata Atlântica um dos biomas mais ameaçados do país.
Foto: Miguel Nema Neto
O Brasil é um país de proporções continentais: seus 8,5 milhões km² ocupam quase a metade 
da América do Sul e abarcam várias zonas climáticas – como o trópico úmido no Norte, o semi-árido no Nordeste e áreas temperadas no Sul. Evidentemente, estas diferenças climáticas levam a grandes variações ecológicas, formando zonas biogeográficas distintas ou biomas: a Floresta Amazônica, maior floresta tropical úmida do mundo; o Pantanal, maior planície inundável; o Cerrado de savanas e bosques; a Caatinga de florestas semi-áridas; os campos dos Pampas; e a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km², que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.

A variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileiras: o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante variedade de vida – que se traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra – eleva o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos (ou de maior biodiversidade).

Além disso, muitas das espécies brasileiras são endêmicas, e diversas espécies de plantas de importância econômica mundial – como o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (ou do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba – são originárias do Brasil.

Mas não é só: o país abriga também uma rica sociobiodiversidade, representada por mais de 200 povos indígenas e por diversas comunidades – como quilombolas, caiçaras e seringueiros, para citar alguns – que reúnem um inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a conservação da biodiversidade.

Porém, apesar de toda esta riqueza em forma de conhecimentos e de espécies nativas, a maior parte das atividades econômicas nacionais se baseia em espécies exóticas: na agricultura, com cana-de-açúcar da Nova Guiné, café da Etiópia, arroz das Filipinas, soja e laranja da China, cacau do México e trigo asiático; na silvicultura, com eucaliptos da Austrália e pinheiros da América Central; na pecuária, com bovinos da Índia, equinos da Ásia e capins africanos; na piscicultura, com carpas da China e tilápias da África Oriental; e na apicultura, com variedades de abelha provenientes da Europa e da África.

Este paradoxo traz à tona uma ideia premente: é fundamental que o Brasil intensifique as pesquisas em busca de um melhor aproveitamento da biodiversidade brasileira – ao mesmo tempo mantendo garantido o acesso aos recursos genéticos exóticos, também essenciais ao melhoramento da agricultura, da pecuária, da silvicultura e da piscicultura nacionais.

Como se sabe, a biodiversidade ocupa lugar importantíssimo na economia nacional: o setor de agroindústria, sozinho, responde por cerca de 40% do PIB brasileiro (calculado em US$ 866 bilhões em 1997); o setor florestal, por sua vez, responde por 4%; e o setor pesqueiro, por 1%. Na agricultura, o Brasil possui exemplos de repercussão internacional sobre o desenvolvimento de biotecnologias que geram riquezas por meio do adequado emprego de componentes da biodiversidade.

Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, com destaque para o café, a soja e a laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, incluindo o etanol da cana-de-açúcar, e a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz energética nacional – e em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda energética industrial e residencial. Além disso, grande parte da população brasileira faz uso de plantas medicinais para tratar seus problemas de saúde.

Por tudo isso, o valor da biodiversidade é incalculável.

Sua redução compromete a sustentabilidade do meio ambiente, a disponibilidade de recursos naturais e, assim, a própria vida na Terra. Sua conservação e uso sustentável, ao contrário, resultam em incalculáveis benefícios à Humanidade.

Neste contexto, como abrigo da mais exuberante biodiversidade do planeta, o Brasil reúne privilégios e enorme responsabilidade.


Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Congresso de Unidades de Conservação 2012 ocorrerão em Natal - CE


Foto: Marcelo Amorim
Com a temática “Áreas protegidas: um oceano de riquezas e biodiversidade”, o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação/III Simpósio Internacional de Conservação da Natureza acontece de 23 a 27 de setembro em Natal – Rio Grande do Norte.
No evento haverá painéis, palestras, apresentação de trabalhos e troca de experiências abordando questões relacionadas às Unidades de Conservação como o crescimento econômico, a sustentabilidade, a importância da preservação, biodiversidade, áreas protegidas entre outros. 

Para inscrições e informações sobre os palestrantes, as inscrições ou sobre o evento acesse http://www.itarget.com.br/newclients/fundacaoboticario.org.br/cbuc2011/

Fonte: Ceds Litoral Norte

sábado, 18 de agosto de 2012

Pesquisador da Unesp descobre nova espécie de sapo em miniatura que mede 1,5 cm

Foto: Unesp/Divulgação
Um pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista) descobriu uma nova espécie de sapo em miniatura em uma reserva ecológica na região norte do Paraná. Identificado pelo biólogo Michel Varajão, o animal mede cerca de 1,5 centímetro e tem três dedos nas patas dianteiras como característica, ao contrário de outras espécies similares, que na maioria têm quatro dedos.
Durante o mestrado, Varajão fez seus estudos na área mais baixa da reserva ecológica. No entanto, ele decidiu explorar a serra do parque, a cerca de 900 metros de altitude, em fevereiro de 2007. O sapinho foi encontrado por acaso durante esta expedição, diz o biólogo."O grupo destes sapinhos se diferencia pelo tamanho reduzido e pelas cores chamativas. Há animais amarelos com vermelho, ou os que tem um pouco de tom de verde na pele. Algumas características ósseas também os diferenciam", ressalta Varajão.
"A intenção era pesquisar novas espécies, mas eu não sabia se encontraríamos ou não.  Achamos inclusive mais espécies no local que já são conhecidas", diz Varajão. O terreno da reserva natural, mantido por uma fundação ligada a uma empresa, antigamente era parte de uma área de fazendas. "A área de baixada [do parque] era usada para a criação de búfalos e monoculturas", ressalta.
Algumas espécies de animais são sensíveis à mudança de vegetação que ocorreu com a criação das fazendas, afirma Varajão.Com a criação da reserva, foram adotadas medidas de restauração da floresta, que com o tempo vem sendo recuperada.
O sapinho recém-descoberto foi descrito na revista científica "Herpetologica", em julho.
"Tem muita coisa para pesquisar sobre o animal. Não sabemos o que ele come, quem são os predadores, quantos ovos eles colocam, em qual período se reproduzem", diz Varajão.
Os sapos de espécies parecidas com a recém-descoberta possuem uma toxina na pele, aponta o biólogo, que faz pós-doutorado em ecologia de anfíbios na Unesp de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

Fonte: G1

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Grupo de monitores funda associação para capacitar Guias Ambientais em Ubatuba

PESM - Núcleo Picinguaba
Foto: Fundação Florestal

Com objetivo de capacitar novos guias para acompanhar visitantes dentro de Unidades de Conservação do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, um grupo de monitores fundou em Ubatuba a Associação de Monitores Ambientais Guanandi (AMG).
Poucos dias depois da divulgação do diagnóstico urbano ubatubense produzido pelo Instituto Pólis, a iniciativa chega para suprir uma das lacunas apresentadas pelo documento.

Segundo a equipe do Pólis, é preciso abandonar o atual modelo e aproveitar as potencialidades do município para alavancar o desenvolvimento econômico com base em um projeto de turismo sustentável. Diga-se de passagem, essa opinião emana diretamente da opinião pública da cidade.

Vice-presidente da AMG, Jane Fernandes, afirma que a ideia é criar oportunidades para que as comunidades quilombolas, indígenas e caiçaras da região integrem o processo participativo de desenvolvimento regional com atividades ligadas ao ecoturismo.
Tal fato representaria um passo importante no sentido de garantir a infraestrutura necessária para a ampliação do turismo ecológico e cultural. “Ao formalizar um grupo de monitores, estamos conferindo a eles a credibilidade de serem profissionais capacitados, atuando para proporcionar a educação ambiental, o turismo e o lazer aos visitantes das unidades de conservação”, explica a vice-presidente.

Com 87% de sua área recoberta por vegetação nativa e com 68% do território sob as leis das Unidades de Conservação, Ubatuba mantém intacta uma parte considerável da Mata Atlântica ainda existente, incluindo a vegetação de restinga, e tem grande potencial para atrair turistas do mundo inteiro.

Fonte: Imprensa Livre

Para mais informação sobre o núcleo Picinguaba e contatos acesse o hotsite
http://www.fflorestal.sp.gov.br/hotsites/hotsite/index.php?hotsite=6c8b43cd9a70834cfebf96774ca629c1